Quando era adolescente eu comecei a escrever diários, escrevi muitos. Eram realmente um espaço em que eu podia imprimir meus sentimentos e de certa forma desabafar. Começou devagar e aos poucos se tornou um hábito. Era bom escrever...
Tudo começou porque li dois diários que me impactaram: O Diário de Anne Frank (resenha aqui), e O Diário de Zlata Filipovic. O primeiro, todos nós conhecemos a história, já o segundo é sobre uma menina que leu o diário de Anne e resolveu escrever um diário também! O que Zlata não sabia era que em menos de um ano uma guerra eclodiria na Bósnia-Herzegovina e que durante dois anos seu diário seria a válvula de escape para tanto horror!
Depois dos diários das meninas li vários outros, ficção, romances, histórias reais, fiquei obcecada por diários, que comecei a escrever também. Claro que nada se comparava ao que Anne e Zlata passaram, mas isso serviu para eu explorar meus sentimentos.
Durante anos encapei cadernos, fiz as artes da capa, escrevi dia sim, dia também. Minhas amigas eventualmente liam meus escritos e opinavam ou não sobre o que liam. Ora riam, ora enxugavam lágrimas. Elas diziam que eu escrevia engraçado e que muitas vezes era dramática!
Um dia isso passou, não consegui mais escrever, eu tinha com quem falar, a pessoa me escutava. Mesmo me lembrando de como era escrever e tentando de vez enquando nada era como antes e acabei desistindo.
Aquele sentimento de amar diários ainda permanece, acho lindo quem os escreve, embora eu não consiga mais, parece que estou encontrando outra forma de fazê-lo. Você não acha?
Imagens usadas na postagem aqui